— Marcus, com quem você falava? Com quem estava brincando? — Perguntou Antéria.
— Eram só uns amigos, mamãe. — Marcus se direciona diretamente ao caldeirão.
O garoto catou uma cumbuca e se serviu de um pouco de comida. Ele sentia um cheirinho quente, era uma alegria eles terem uma refeição digna aquela noite. O garoto some na escuridão.
O tempo passa, a noite começa chegar a uma fase avançada. Antéria, a mãe de Marcus, preocupada, grita pelo filho que em poucos minutos aparece na entrada da barraca. É uma noite fria, então as pessoas costumavam se aglomerar pra dormirem juntas e partilharem do calor. Na comunidade não haviam cobertores, o único couro que tinham usavam nas barracas.
— Eram só uns amigos, mamãe. Duas amigas e um amigo. — Disse Marcus aproximando-se de sua mãe quando ela lhe questionou novamente sobre com quem ele andava aquela noite. Após uns segundos de silencio ele dispara a falar — Eles disseram que eu poderia ser um herói juntamente com eles. Eu posso ser um herói mamãe?
— Filho, nós somos o que somos, eu te amo e você é a única coisa que importa pra mim. Mas eu não posso encher sua cabeça com histórias. —respondeu ela com uma expressão de condolências pro filho.
— Mas ele falou, mamãe. Ele estava mentindo?
— Não filho, ele só quis ser gentil com você. Mas por que ele te disse isso?
— Eles foram até as ruínas — disse Marcus metendo a mão em seu bolso — mas já foram.
Antéria ouviu um sibilar de metal.
— O que você tem no bolso? Conseguiu caçar um rato dessa vez?
— Não, eles só deixaram aquelas pedrinhas amarelas comigo. Não sei brincar com elas.
Naquele momento Antéria abriu os olhos e colocou as mãos nos ombros de seu filho e questionou-o com uma voz gelada.
— Filho, eles entraram e saíram?
O pequeno, sem entender por que a cara da mãe, acena afirmativamente.
Naquela noite houve mais uma visita.
Após a saída dos “heróis”, os goblins voltaram para reaver seu tesouro, movidos pela fúria inerente à derrota e a avareza que só um goblin possui.

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